20/09/10

Texto escrito para o movimento


Há uma eternidade que lhe irrompia da pele o desejo. Fluido na incandescência do toque mas imóvel e intransponível na sua exigência. Precisava de ser saciado.
Ele percorreu a travessia das suas pernas, caminhou em beijos durante tempos perdidos que pareciam não terminar. Quanto mais se aproximava, mais longe se mostrava a satisfação.
E do seu umbigo brotou um relâmpago - Não, uma trovoada de sentidos. Procurou, sem sucesso, por mais cabelo na cabeça dele onde se pudesse agarrar, não fosse cair do precipício do mundo enquanto ele lhe provava o néctar que jorrava, suave, do seu segredo mais interior.
E ela bem que tentou resistir, mas a sua vontade morreu no prenúncio clímax. E ele, cabrão, com um sorriso enterrado na cona.

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