22/08/11

volkswagen

o primeiro olho foi-lhe tirado pela caça, o segundo perdeu-o nas vindimas. não me perguntem como, apenas ouvi dizer. desde esse dia, nunca mais viu o contorno do seu rosto, o volume dos seus seios ou o seu belo rabo, apertado nas mini-saias que vestia no verão.
sabia que ela entrava no autocarro quando sentia o seu perfume, no meio do barulho do motor e das crianças que iam para a escola. sentia o seu perfume elevar-se sobre o cheiro nauseabundo dos carochos. chegou a tempo, sorria para si.
ela não se lembra dele.
foi numa noite escura, afogados em álcool e suor, que se enrolaram no banco de trás do volkswagen. nunca mais se viram depois disso e entretanto ele cegou. nunca mais pôde vê-la... mas não se esquece do seu rosto, dos seus seios, do seu belo rabo e da saborosa cona que comeu com boca e língua antes de se enfiar por entre as pernas. só lavou os dedos depois do cheiro do seu sexo se desvanecer e, no entanto, não chegou a perguntar-lhe o nome. sempre que a sente entrar no autocarro, quer ajoelhar-se a seus pés, afastar-lhes as pernas, lamber-lhe os lábios e sentir o seu doce sabor mais uma vez...

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